top of page

DÍZIMO & OFERTA - O QUE A BÍBLIA DIZ?

  • Isis Marcelino
  • 16 de abr. de 2015
  • 7 min de leitura

Dízimo é um assunto polêmico, sempre tratado pelos de fora da igreja como trambique, e da mais alta resistência no meio do povo "de Deus". Nosso objetivo é esclarecer, não com doutrina denominacional, mas de acordo com a palavra de Deus. Que Deus abençoe sua leitura!

Rapidamente, vamos esclarecer o que é o dízimo: Etimologicamente "dízimo" (do latim "decimus"), significa a décima parte de algo, ou seja, 10%. Historicamente eram pagos principalmente na forma de bens.

Vemos na Bíblia Sagrada que o dízimo vem antes de Moisés, ou seja, antes da lei. A primeira oferta relatada na bíblia vem de Caim e Abel (Gênesis 4:3-5) e a primeira menção ao dízimo foi feita por Abraão a Melquisedeque, rei de Salém (Gênesis 14:20), todas de maneira voluntária. Depois, Deus instituiu o dízimo como mandamento pela lei de Moisés ao povo de Israel (Levítico 27:30-34).

Se analisarmos toda a Bíblia, o que mais importa para Deus não são os 10% em si, mas a primazia, a obediência, a postura do ofertante... No exemplo de Caim, Abel e suas ofertas ao Senhor, o texto diz que Caim trouxe do "fruto" enquanto Abel trouxe dos "primogênitos", ou seja, Abel trouxe do melhor. O texto diz que Deus teve prazer na oferta de Abel e não se agradou de Caim. Pela postura de Abel sua oferta foi aceita, e pela postura de Caim ele foi rejeitado, observe que o texto não diz que a oferta de Caim foi rejeitada, mas ele, o ofertante.

Deus conhece o coração do homem, o pecado está enraizado em nós e o cuidado de Deus para com Seu povo foi tão grande que Ele deixou os mandamentos, como um manual do que deveria ser feito e como deveria ser feito para agradá-Lo. Deus também deixou bem claro como a nação de Israel deveria entregar o dízimo, de que maneira e qual era o objetivo, mas o homem se desviou dos mandamentos do Pai e começou a profanar o sagrado, incluindo no dízimo e nas ofertas.

Na repartição das terras de Israel para as tribos, foi instituído que a tribo de Levi, os Levitas, responsáveis pelo sacerdócio e trabalho no santuário, não teriam terra para plantar, e por isso as 11 tribos levariam seus dízimos para a casa do tesouro. “E eis que aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em Israel por herança, pelo ministério que executam, o ministério da tenda da congregação” Números 18:21. Note que os Levitas davam dízimo dos dízimos como está escrito em Números 18:25-26.

O dízimo era dado naquela época de ano em ano, de 3 em 3 anos, de 7 em 7 anos, mas contextualizando, o dízimo era dado sobre o que cultivavam (plantação, gado, ovelhas, etc...), e assim entregavam a melhor parte para Deus, como agradecimento e entendimento de que TUDO vem Dele.

Já nas igrejas apostólicas, o povo dividia o que tinha, vendiam suas propriedades, e se ajudavam, para que não houvesse necessidade no meio deles. Ninguém era constrangido ou obrigado pela liderança, a vender ou a dar nada, o povo vendia e compartilhava por amor, por gratidão, por entendimento, mas sem qualquer apelo para o fazerem. Tudo era feito voluntariamente para que houvesse igualdade social entre eles.

Dizimar é mandamento para nós, gentios?

Nós somos a Igreja de Cristo, os gentios alcançados pela nova aliança, pela graça de Cristo, que nos livrou do jugo da circuncisão e da guarda da lei, conforme Atos 15. À nós, gentios, não há nenhuma ordenança expressa de manter o ato de dizimar (dar os 10%) no Novo Testamento, como houve à Israel pela lei. Há sim, o ensino apostólico à contribuição através das OFERTAS VOLUNTÁRIAS, então não há nenhuma justificativa para não contribuir. Justamente por vivermos pela graça devemos ser ainda mais gratos em retribuir aquilo que Deus nos da. Não estamos mais debaixo da lei, mas a graça por si só deve nos constranger a contribuir e ir além dos 10%, que foi o mínimo estabelecido por Deus.

Paulo disse: "Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria." 2 Coríntios 9:7. Aqui fica claro que a contribuição permanece, porém não mais presa aos 10% ou a obrigação da lei, mas segundo o seu coração.

Paulo também diz: "Não sabeis vós que os que administram o que é sagrado comem do que é do templo? E que os que de contínuo estão junto ao altar, participam do altar? Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho." 1 Coríntios 9:13,14

Como poderiam os pastores viver do evangelho se os evangélicos não contribuíssem? É claro que a contribuição deve sustentar o obreiro do Senhor que dedica a vida ao ministério sim, porém não para enriquecimento, como vemos acontecer hoje.

Jesus deu o dízimo

Jesus era judeu, veio debaixo da lei, por esta razão dava o dízimo, pois Nele a lei deveria ser completamente cumprida, e assim foi. Nós que não somos a nação eleita pela aliança da lei (Israel), fomos alcançados pela aliança da graça, nos tornando co-herdeiros da promessa feita a Abraão, antes da lei, que nos alcança pela fé em Cristo (Efésios 3:6). Assim a Palavra de Deus se cumpre mais uma vez: "E em tua descendência serão benditas todas as nações da terra;" Gênesis 22:18-18

Então é errado dar o dízimo na igreja?

Na verdade o nome correto deveria ser "oferta voluntária", mas as igrejas insistem em permanecer usando o termo "dízimo". Afirmam que não estamos debaixo do jugo da lei, mas escolhem manter o mandamento de dizimar e ainda adicionam a "oferta", como duas coisas diferentes, assim ensinam que o crente tem que dar o dízimo (10%) e ainda ofertar.

Se a Igreja não está sob o jugo da lei a obrigação de dar os 10% não é mais válida, voltamos ao ato voluntário, conforme fez Abraão (Gênesis 14:20) e conforme Paulo nos ensina (2 Coríntios 9:7).

Não há nada errado em contribuir financeiramente com a sua igreja, se é voluntariamente e segundo o seu coração (2 Coríntios 9:7), por entendimento, por gratidão, não por necessidade ou imposição. Se a sua congregação utiliza suas finanças para a manutenção do templo, para investimento na obra de Deus, para sustento do pastor, nada mais justo do que você como membro contribuir. É importante lembrar que a igreja não é um banco, não deve acumular riquezas, construir grandes e luxuosos templos, ter carros, casas, ações na bolsa, jatinhos... Neste caso, desconfie.

E quanto a não dar o dízimo na igreja?

Se você é cristão, membro de uma congregação e não contribui regularmente há algo errado aí. É preciso buscar a raiz do problema.

Se você não contribui por que não quer, precisa orar e pedir a Deus que te livre desse mal, pois avareza é pecado, e talvez você não tenha entendido ainda o que é comunhão. Pagar as suas contas e só ofertar se sobrar, não é dar a Deus o primeiro lugar e muito menos ser grato, você precisa rever suas prioridades. Então ore e peça a direção de Deus. Você certamente não encontrará base bíblica para não contribuir.

Mas e o devorador?

O texto mais falado nas igrejas a respeito do dízimo é Malaquias 3:10-11 (Antigo Testamento), aqui porém o "devorador" se refere a gafanhotos, que literalmente devoravam as plantações e destruíam tudo.

O povo estava tão distante de Deus que entregavam animais coxos em suas ofertas, compravam animais para não entregar os seus, ou seja, o dízimo que o povo estava entregando não era mais agradável a Deus, como o formalismo dos sacerdotes também não era. É importante dizer que a lei era o que aproximava os judeus de Deus, e as palavras de Malaquias estão num contexto histórico que não se aplica a nós diretamente, mas nos serve como ensinamento.

"Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós." Tiago 4:7

O pecado da avareza

Ser avarento é pecado e o próprio Jesus diversas vezes repreendeu o povo a esse respeito. Se reconhecemos que tudo o que temos vem de Deus, como então podemos não nos importar com o próximo e utilizar estes recursos somente para o nosso próprio bem?

As igrejas apostólicas eram ricas em amor. Elas vendiam o que tinham para o bem comum, não para que seus líderes andassem com a melhor vestimenta, comessem no melhor lugar, andassem com o melhor cavalo, mas faziam para que todos vivessem bem. Ananias e Safira foram castigados quando venderam sua propriedade, mas não por não terem dado o valor todo, mas por mentirem para Deus, pecaram contra o Espírito Santo, querendo parecer ser o que não eram. Em Atos 5:3-4 Pedro deixa bem claro isso. Eram avarentos e vaidosos, e não fizeram tal contribuição por amor, caridade, voluntariamente, mas sim para serem reconhecidos pelos homens, como pessoas caridosas.

Barganhar com Deus, pode?

Não, não e não!!!! Ouvimos muito nos dias de hoje: "Quanto mais você der ao Senhor, mais receberá." Assim você faz por interesse, por pressão, para receber algo, não faz de coração para Deus como a Bíblia ensina, lembre-se: Caim não agradou a Deus, ainda que deu a oferta, mas da maneira errada. Essas heresias apresentadas pelos vendedores de bênçãos, não são bíblicas, não agradam a Deus.

Tiago 4:2-4 nos diz: “Cobiçais, e nada tendes; matais, e sois invejosos, e nada podeis alcançar; combateis e guerreais, e nada tendes, porque não pedis. Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites. Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.

Deus não precisa de dinheiro. E na verdade o dinheiro que temos é Dele, não nosso. Somos Seus mordomos, administramos o que Ele nos deu, e quando reconhecemos isso, vivemos para agradar e honrar ao Pai, e Deus através da Sua Palavra quer que sejamos amorosos uns para com os outros. Se precisamos amar o nosso próximo, como posso ter fartura de bens materiais e não compartilhar com meu próximo que tem necessidade? 1 João 4:20 diz: “Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu?

Jesus disse: "Há maior felicidade em dar do que em receber" Atos 20:35

Graça e paz!

Комментарии

Оценка: 0 из 5 звезд.
Еще нет оценок

Добавить рейтинг

@2014  Quem deu crédito à nossa pregação? Isaías 53:1

bottom of page