DONOS DO DINHEIRO ALHEIO
- Isis Marcelino
- 21 de nov. de 2015
- 4 min de leitura

Com tudo o que acontece em boa parte das "igrejas" cristãs hoje, naturalmente, muitos se levantam contrários a farra que estão fazendo com o dinheiro da fé, um verdadeiro comércio, o que é condenado pelo próprio Jesus e pela Palavra.
Os teólogos das redes sociais chamam essas pessoas de ignorantes, pois afirmam que elas sustentam as riquezas desses falsos profetas, se tornando assim coniventes, o que não é de todo uma mentira, mas o que queremos abordar aqui é o farisaísmo que está dentro de muitos desses irmãos que apontam e acusam como pecado, o fato de alguém querer ser dizimista nos dias de hoje, seja lá pela razão que for.
Entendemos que o dízimo (10%) não é mandamento para a igreja gentílica, (há um estudo que aborda somente este tema aqui), mas também entendemos que o ato de ofertar ou contribuir financeiramente para a obra de Deus é bíblico e legítimo. O problema dos teólogos das redes sociais é que eles se apegam tanto a questão teológica da lei x graça, que se esquecem da mordomia cristã ou mesmo que alguns ainda estão se alimentando de líquido (Hebreus 5:14). Se tudo o que você tem vem de Deus, ofertar para a manutenção da obra de Deus, para ajudar que pastores de congregações se dediquem exclusivamente ao Evangelho, é parte da administração dos bens que foram concedidos a cada um, para que o nome do Senhor seja glorificado, ainda que intitulado como "dízimo".
O cristão não está debaixo da lei, mas não deve fazer uso da liberdade que ganhou pela graça para dar ocasião à carne (Gálatas 5:13), fazendo disso um pretexto para não ofertar ou contribuir financeiramente. Não há nada no Novo Testamento que ordene ou condene a prática do dízimo em si, além disso sabemos que sempre haverá na igreja aqueles que ainda não tem o devido conhecimento da palavra e ainda precisam de instrução.
Jesus disse: “Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus.” Mateus 5:20
Os fariseus dizimavam e os teólogos de redes sociais hoje, não querem contribuir financeiramente, não querem sustentar seus pastores, ainda que a Bíblia instrua assim, e ainda condenam os que o fazem.
Alguns alegam que: se uns preferem ajudar a sua família de sangue com suas posses, ou se preferem ajudar aos necessitados na rua que tem fome e frio, ou se preferem ajudar aos amigos que passam por necessidade, ou se preferem ofertar no templo... Não importa, desde que sua oferta seja feita ao Senhor, desde que aquilo que esteja fazendo, seja feito para Deus, com amor e razão, mas será que há respaldo bíblico para isso?
1. A Bíblia diz em 1 Timóteo 5:8: “Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel”, portanto cuidar da própria família é uma obrigação de todo cristão;
2. A Bíblia diz em Tiago 2:15,16: “E, se o irmão ou a irmã estiverem nus, e tiverem falta de mantimento quotidiano, E algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos, e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí?”, portanto ajudar o irmão necessitado ou amigo é uma obrigação de todo cristão;
3. A Bíblia diz em 2 Coríntios 9:1,7,12: “Quanto à administração que se faz a favor dos santos, não necessito escrever-vos” ; “Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria.” ; “ Porque a administração deste serviço, não só supre as necessidades dos santos, mas também é abundante em muitas graças, que se dão a Deus.”, portanto a contribuição financeira à congregação também é uma obrigação de todo cristão. Todos devem ser feitos e um não deve anular o outro.
A grande questão, que divide as pessoas é: Uns acham que ofertar é o correto, se a igreja ajuda aos que precisam, outros acham que ofertar é errado, pois é dar dinheiro para sustentar pastor, outros preferem dar para os necessitados, mas a questão é o que a Bíblia diz. A oferta é bíblica e a avareza é pecado, então qual está certo e qual está errado? Tanto o que da o dízimo tem a sua responsabilidade em fazer a vontade do Pai contribuindo, quanto o que recebe tem a sua responsabilidade em fazer a vontade do Pai administrando e a falta de um não justifica a falta do outro. Quem não contribui por avareza, por exemplo, receberá de Deus a devida justiça, assim como quem não administra devidamente também.
Se uns querem dizimar ou ofertar no templo que congregam, ótimo, mas não se esqueçam que deixar de ajudar aos necessitados é como negar a fé (1 João 3:17; 1 Timóteo 5:8). Se outros preferem ajudar aos necessitados na rua, na família, vale lembrar que se você é membro de uma congregação, você tem sua responsabilidade com a congregação ao qual está inserido. Uma coisa não deve anular o outra.
A insistência das pessoas que lutam contra “o sistema religioso” e gostam de apontar o dedo e condenar as pessoas que fazem o que eles acham que é errado (dizimando por exemplo), é absurda se a Bíblia não condena.
Deus quer que o conheçamos no íntimo. Os discípulos conheciam o caráter de Cristo, os Fariseus e Saduceus conheciam lei e foram duramente condenados por Jesus.
Queremos concluir dizendo que não se pode barganhar com Deus. Ele não precisa do dinheiro de nenhum de nós, na verdade, nós é quem precisamos de sabedoria para administrar aquilo que ele nos tem dado, para glória do Seu Santo nome. A sua responsabilidade não está somente em 10%, devolvidos ou não, mas nos 100% que Ele te da. Como você tem administrado seu dinheiro? Ajudando o próximo e devolvendo ao Senhor o que é devido ou gastando tudo consigo mesmo, para suprir suas vontades e vaidades?
Deus requer, mais do que tudo, a obediência de cada um de nós. Ele não quer 10% do seu salário, ou que você saia distribuindo dinheiro pela rua. Ele quer que cada um negue a si mesmo e obedeça.
“Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus.” 1 Coríntios 10:31
Comments