AS CRÔNICAS DE NÁRNIA - CRISTIANISMO OU OCULTISMO?
- Isis Marcelino
- 28 de jan. de 2016
- 8 min de leitura

Clive Staples Lewis, mais conhecido como C. S. Lewis foi um britânico, professor universitário, escritor, crítico literário. Lewis, foi ateu, fascinado pela fantasia, ocultismo e ficção, mas tornou-se cristão e escritor de diversos clássicos da teologia britânica do século XX.
É dele a autoria de As Crônicas de Nárnia, das décadas de 40 e 50. Esta série é considerada um clássico da literatura infantil, tendo vendido mais de 120 milhões de cópias em 41 idiomas. Foi adaptada, inteiramente ou parcialmente, diversas vezes para rádio, televisão, teatro e cinema. Os livros contêm temas baseados no cristianismo, mas também fazem uso da mitologia grega e nórdica, bem como dos tradicionais contos de fadas.
O cristianismo de Nárnia
1. O Sobrinho do Mago: São claros os paralelos traçados com o livro bíblico de Gênesis, pois temas como a criação, o pecado original, o fruto proibido e a tentação, ficam claros no enredo da história.
2. O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupas: Uma carta escrita pelo próprio autor indica que Lewis quis representar Jesus Cristo de forma figurada com o leão Aslam. Nela, Lewis afirma que "toda a história de Nárnia se refere a Cristo".
2.1. O leão: Aslam significa leão (Jesus é chamado de Leão da Tribo de Judá- AP 5.5); está presente do início ao fim da história; foi o autor da criação do mundo de Nárnia e dá a sua vida em lugar de outra pessoa culpada por traição, assumindo a sua condenação, morrendo em seu lugar, porém é ressuscitado. Além disso, é intrigante a passagem em que Aslam diz: "Também sou conhecido no seu mundo, mas por outro nome". 2.2. A Feiticeira: Simboliza as trevas disfarçadas de luz, o mal da maneira que ele quer ser visto. A perseguição da feiticeira contra os seres humanos em Nárnia simboliza a perseguição do mundo contra os cristãos. O ódio que ela possuía contra os seres humanos simboliza o ódio infernal do diabo. 2.3. O Guarda-roupas: Simboliza o mundo espiritual. Nárnia é enorme, mas cabe dentro do armário naquele quarto abandonado. O Céu é ilimitado, mas parece poder ser contido, de alguma maneira, nas almas dos santos.
3. O Cavalo e seu Menino: A história deste livro remete de forma sutil a história bíblica de Moisés. Tanto Shasta quanto Moisés foram encontrados na água e criados por pessoas que não foram seus pais, e trouxeram grande libertação aos seus compatriotas quando cresceram: Moisés aos hebreus, e Shasta aos arquelandeses.
4. Príncipe Caspian: Um dos temas abordados neste livro é o abandono da fé cristã, partindo para outras verdades (apostasia) através dos telmarinos. Outro tema abordado é a manutenção da fé em um Deus que é invisível, pois ninguém em Nárnia vê mais o Aslam, e as crianças (exceto Lúcia) inicialmente também não conseguem ver Aslam, quando ele faz a sua primeira aparição, mas conseguem vê-lo depois que passam a acreditar que Lúcia o está vendo.
5. A Viagem do Peregrino da Alvorada: Uma das referências cristãs é a transformação no caráter de Eustáquio. Esta transformação é selada num cerimonial de batismo em que Aslam pede que Eustáquio deixe a pele de dragão para trás, representando o nascimento de uma nova criatura.
6. A Cadeira de Prata: Esse livro guarda uma semelhança com a parábola do semeador, contada por Jesus e relatado em Marcos 4.3-20. Jill encontra Aslam logo na sua chegada em Nárnia, e ele a faz guardar para si alguns objetivos a serem cumpridos durante sua jornada, os quais ela acaba por não cumprir por esquecimento, com exceção do último.
7. A Última Batalha: A Última Batalha aparece para finalizar o conjunto de paralelos bíblicos presentes em toda a série, culminando na relação com o Apocalipse, mostrando a destruição de Nárnia e a revelação da Verdadeira Nárnia, onde todos passariam a eternidade.
O ocultismo de Nárnia

Qual o significado da palavra Nárnia? Não se sabe ao certo seu significado, mas em quênia, língua criada por Tolkin (O Senhor dos Anéis), amigo de C. S. Lewis, “Narn-îa”, significa algo como “profundeza dos contos”.
"Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos ENGANADORES e a DOUTRINA DE DEMÔNIOS; Pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência; Mas REJEITA AS FÁBULAS profanas e de velhas, e exercita-te a ti mesmo em piedade;" 1 Timóteo 4:1,2,7
“Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E QUE COMUNHÃO TEM A LUZ COM AS TREVAS?” 2 Coríntios 6:14
A história de Nárnia é alegórica, mas repleta de mitologia pagã também, elfos, duendes, fadas, etc; eram adorados como deuses pelos povos originários e estão diretamente associados aos demônios. A Bíblia é clara nos textos citados acima: não deve haver mistura entre luz e trevas. Nárnia acaba sendo uma grande mistura de cristianismo, mitologia pagã, magia e ocultismo. Vejamos os fatos:
1. Personagens: Muitos dos personagens desta série de livros são deuses e/ou demônios da mitologia pagã, destacamos:
1.1. Aslan: é o deus-leão, na mitologia pagã o leão representa o sol. Na Bíblia o deus-sol se chama Baal. O acampamento de Aslan é rodeado por toda forma de seres mitológicos e símbolos do sol em cima dos estandartes. Entre as frases ditas por Aslan a Pedro uma chama a atenção: “Existe uma magia profunda, mais forte do que todos nós que governamos Nárnia.” Ora o Rei Aslan, não seria uma prefiguração de Jesus, então como existe uma magia mais forte do que ele? Assista:
A ressurreição de Aslan também é algo singular. A mesa de pedra, local do sacrifício, fica no centro de um Stonehenge. O Stonehenge é o maior altar satânico sobre a terra. Ao contrário da cruz, Aslan é sacrificado num ritual de magia negra numa mesa satânica no Stonehenge. Ao contrario da lança é usado um punhal, típico em rituais satânicos. Assim como Jesus, Aslan sofre uma série de humilhações, mas ao terceiro dia Jesus ressuscitou, Aslan ressuscita no dia seguinte, graças a magia profunda de Nárnia. O reino de Aslan fica ao norte, lugar onde o diabo deseja se assentar (Isaías 14.13)

1.2. A Feiticeira Branca: O Mal geralmente é retratado pelas trevas (preto) e não pelo branco, assim uma confusão de símbolos se instalada em todo o filme. Parece ser uma coisa, mas na realidade é outra. A feiticeira representa o mal da maneira como ele quer ser visto, atraente, belo, com aparência de bem, mas na verdade é exatamente o oposto. [“E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjos de luz.” 2 Coríntios 11.14] Repare que no momento do sacrifício de Aslan ela não está mais branca!

1.3. Sr. Tumnus: É um fauno ou sátiro (ser mitológico metade homem, metade bode). É o primeiro ser que a pequena Lúcia encontra após atravessar o portal. A Bíblia fala sobre eles (Isaías 13:21;34:14 e Levítico 17:7). A Bíblia também fala sobre um demônio / deus pagão chamado Tammuz (Ezequiel 8.14), um deus sumeriano da fertilidade, do mundo inferior e dos rituais do ciclo de morte e renascimento da vegetação. A sensualidade que envolve o sátiro Sr. Tumnus e a menina Lúcia fica evidenciada em cada encontro que se tem. Ele a leva para sua casa, trancar a porta e lhe dar uma droga para beber, pode a críticos olhos ser oficialmente visto como uma obra de pedofilia. A lareira do fauno se transforma em algum tipo de ritual no fogo, enquanto ele, ao som de sua flauta mágica, encanta a pequena, que desmaia indefesa. Tudo termina com o rugido do leão. Assista:

1.4. Papai Noel de Nárnia (Saint German): Neste filme aparentemente Cristão é inserido agora o maior concorrente de Jesus na atualidade: O Papai Noel, também conhecido como São Nicolau, Santa Claus e Saint German em alguns pontos do mundo. O Sr. Noel do filme traz as quatro crianças, presentes nada convencionais. À pequena Lucia ele dá um poção mágica para curar qualquer doença (não se precisa mais do poder curativo do Salvador) e uma adaga (para quê? Se a poção dá vida, pra que uma adaga que gera morte?); À Susan ele dá um arco com flechas, dizendo que ela depositasse sua fé no arco; À Pedro ele dá uma espada e um escudo, pedindo que fosse usado bem e com sabedoria. Todos os “brinquedos” possuem a esfinge de Aslan (o Leão). Assista:
2. Curiosidades em geral: 2.1. A Batalha Final: Seres mitológicos, seres viventes, fênix, sereias e bestas como as relatadas em Daniel 7 são abundantes. A batalha se trava e no fim o “bem vence o mal” e Aslan devora a feiticeira branca. Se voltarmos os olhos para as Escrituras, veremos que Jesus não devorará o diabo, mas sim o lançará no lago de fogo e enxofre pelos séculos dos séculos. Observe o texto: “sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém que possa devorar.” 1 Pedro 5.8.
2.2. O Sátiro, Lúcia e o Leão: Lembra da cena da lareira na casa do Sátiro que enfeitiçava a menina Lúcia? Qual será o Leão que aparece na Lareira? O da Tribo de Judá ou o nosso adversário prestes a devorá-la?
2.3. A Coroação: A câmera vai se aproximando do castelo. Repare nos vitrais quando a trombeta é soada. Verá que há uma estrela de seis pontas dentro de um círculo na parede. Não se engane, esta não é a Estrela de Davi, a Estrela de Davi tem seis pontas, mas não tem um círculo, esta é uma estrela satânica. A cena da coroação termina com um diálogo e a trocas de carinho entre o par romântico do roteiro: uma criança e um demônio da depravação sexual (um sátiro ou fauno).
Ao longo dos livros de Nárnia, Lewis escreve sobre dríades, ninfas, sátiros, faunos e etc. Além da Bíblia que descreve esses seres como demônios, o Manual de Cromwell* - Classical Mythology, também os classifica como demônios.

*Aleister Crowley: Um dos mais influentes ocultistas, responsável pela fundação da doutrina Thelema. Por causa disso, ele ganhou larga notoriedade em sua vida, e foi declarado pela imprensa como "O homem mais perverso do mundo." Além de suas atividades esotéricas, ele era também mago.
Repare nos símbolos da imagem: o olho que tudo vê sobre a cabeça, a estrela de cinco pontas dentro do círculo (estrela satânica) na capa do livro.
Conclusão
Eu particularmente assisti a todos esses filmes, quando distante do Senhor, e não vi nada desses detalhes “ocultos” abordados acima. Pelo contrário, percebi logo a semelhança entre Aslan e Jesus e passei a ser fã do tal leão e da série de filmes. Sempre me emocionava ao ver o tal leão surgindo nos filmes. Porém quando retornei ao Senhor, passei a estudar a fundo as Escrituras, buscar direção do Espírito Santo e me deparei com essas informações, não pude deixar de lembrar dos diversos textos bíblicos que nos alertam a não dar ouvidos a fábulas e a não misturar luz e trevas, não pude deixar de perceber os significados dos diversos seres mitológicos contidos na história, e não pude deixar de estranhar o fato de tudo isso estar misturado no filme.
A princípio tentei colocar a culpa disso tudo na produtora do filme, a Disney, a final todos sabem que adaptações de livros para o cinema geralmente alteram a obra literária, além disso a empresa é atolada em casos de filmes infantis com conteúdos ocultos explícitos e subliminares, mas seriam alterações demais para justificar. A realidade é que Lewis era um fã de mitologias que se tornou cristão anglicano e resolveu unir suas paixões, esse é o fato. Aparentemente isso não é nada demais, porém é bom lembrar: "Um pouco de fermento leveda toda a massa." Gálatas 5:9
As Crônicas de Nárnia realmente possuem paralelos aos escritos sagrados, não há dúvidas, mas não podem e não devem ser usados como “produto cristão”, devido ao seu excesso de “licença poética”. A mistura traz confusão! Confusão é igual a Babilônia!
A escuridão que estamos vivendo é fruto de um distanciamento da Palavra de Deus e do Espírito Santo. Tudo em nossos dias é relativizado e diminuído para caber dentro de nossas opiniões e preferências. Os livros de Nárnia são vendidos não apenas em livrarias cristãs, mas em livrarias ocultistas também e quando vemos que "cristãos" estão cegos e que histórias como essas se tornam tão aceitáveis em nosso meio, quanto no meio ocultista, é motivo de extrema preocupação.
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